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Psicovid19

Saúde mental em tempos de pandemia

Psicovid19

Saúde mental em tempos de pandemia

Gravidez e COVID-19

10.04.20

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A pandemia de COVID-19 coloca uma série de novos e súbitos desafios às grávidas, passíveis de colocar em causa a estabilidade e relativa previsibilidade de um período muitas vezes tão antecipado e vivido de uma forma única.

A Direção Geral de Saúde emitiu, no dia 30 de março, a Orientação número 018/2020 relativa à Gravidez e Parto, que visa informar a readaptação dos Serviços de Saúde à abordagem clínica dos doentes com suspeita e infeção confirmada por SARS-CoV-2 a grupos mais vulneráveis, documento que deve sempre ter precedente quando se procuram fontes fidedignas de informação acerca do impacto da pandemia por COVID-19 nas grávidas.

               Neste documento são elencadas as várias medidas que presidem à orientação e gestão clínica da grávida, durante a gestação, parto e período periparto, nomeadamente com Suspeita ou Confirmação de COVID-19. Neste particular, são implementadas medidas que determinam maior separação e isolamento da grávida quer no seu domicilio, quer no internamento, bem como alterações na Assistência ao Parto.

Previsivelmente, estas medidas, indispensáveis para a proteção de grávida, bebé e restante população e às quais acresce por vezes a necessidade de especial isolamento social (como, por exemplo, quando pensamos em mulheres grávidas profissionais de saúde ou companheiras de profissionais de saúde) vêm acrescentar um grau acrescido de incerteza a um período já de si pautado pela antecipação e pelo stress.

Importa agora reforçar que a saúde mental da grávida deve ser neste momento foco de especial atenção, por forma a minorar o stress suplementar decorrente da situação de distanciamento físico e social e das alterações no processo de acompanhamento da gravidez e Parto geradoras de incerteza, potenciadora de sintomatologia ansiosa.

Neste sentido, a Associação Portuguesa de Internos de Psiquiatria, em colaboração com a ARS-LVT elaborou algum material com recomendações para a gestão de stress na grávida neste momento de pandemia (sendo um exemplo a imagem que ilustra este post).

Reforçamos a importância de manter contacto com os Serviços de Saúde onde é acompanhada, bem como da obtenção de informação por vias fidedignas. O aparecimento de sintomas depressivos e ansiosos cuja gravidade perturba o normal funcionamento deve levar à procura de ajuda especializada, através do seu Médico de Família ou (no caso de já existir acompanhamento prévio por Psiquiatria/Psicologia) do seu Psiquiatra ou Psicólogo .

 

Pedro Frias

Saúde mental, respostas e alertas

09.04.20

A Rádio Renascença emitiu ontem, no programa As Três da Manhã, uma entrevista a Ana Matos Pires, uma das autoras deste espaço, que está agora disponível online e pode ser lida (e ouvida) em dois links diferentes. 

Ana Matos Pires assume que uma situação "tão inesperada, tão estranha" como esta, que afeta "todas as áreas" da vida das pessoas, "é um grande potenciador da perturbação do funcionamento mental". Num país que já tem um particular problema com doenças mentais e excesso de toma de ansiolíticos, como Portugal, o caso ainda mais grave se torna.

Não queremos deixar de chamar a atenção para as Linhas de Apoio que estão a surgir um pouco por todo o país. 

"É muito importante que surjam respostas de apoio psicológico e quanto mais próximas da comunidade estiverem, melhor. Agora, tem de haver articulação destas estratégias. As linhas são muito importantes, mas tem de haver uma interligação. O SNS tem uma resposta na área da saúde mental, que está, de resto, plasmada em legislação. Os serviços locais de saúde mental estão organizados, juntamente com os cuidados de saúde primários, para dar resposta a esta crise. O que peço é que todas as pessoas e instituições que queiram iniciar uma linha de apoio psicológico interliguem-se para tentarmos arranjar um fluxograma que não implique as idas às urgências", alertou.

(...) também avisou para os "riscos de pessoas não treinadas ou com más intenções iniciarem este tipo de resposta". "As linhas são importantes, mas tem de haver uma interligação", rematou.

Na estrada e na saúde, cuidado com as curvas...

08.04.20

Os últimos dados Covid-19 em Portugal parecem trazer boas notícias. Mas não só.

É essencial relembrar que todos seremos importantes para manter o rumo certo. A missão tem sido incansavelmente repetida: "achatar a curva".

O maior perigo para os nossos hospitais é a sua sobrecarga simultânea, nomeadamente dos cuidados intensivos.

É por isso essencial seguir as orientações do governo e autoridades, impedindo picos de utilização e dando mais tempo aos nossos serviços de saúde.

 

Nuno Madeira

Saúde mental. "O outro estado de emergência, aqui, na nossa cabeça "

06.04.20

O Diário de Notícias,  à imagem do que começa a ser feito em inúmeros jornais por esse mundo fora (e também em Portugal), dedica hoje um extenso trabalho à saúde mental em tempos de pandemia. Vale a pena ler o texto. 

"Ao fim de 15 dias de confinamento devido à pandemia de covid-19, os efeitos do afastamento social que atinge uma parte considerável da população começam a fazer-se sentir. Que consequências poderão estas medidas trazer em termos de saúde, mental e não só?"

O Impacto da Pandemia na Saúde Mental

05.04.20
A pandemia COVID-19 apresenta enormes desafios para a nossa sociedade. Sendo certo que o impacto negativo da pandemia na saúde mental será muito significativo, importa identificar os principais fatores de risco e de proteção bem como monitorizar aqueles que se encontram em maior risco de desenvolverem doença psiquiátrica ou agravarem situações de doença já estabelecida. É urgente e necessário garantir que as pessoas que sofrem de doença psiquiátrica e aqueles que se encontram em situações de maior vulnerabilidade mantêm o necessário apoio, embora com recurso a meios diferentes que privilegiam o contacto digital.

Neste sentido, um grupo de investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho desenvolveu um estudo que pretende monitorizar a saúde mental de um conjunto alargado de pessoas e descrever os principais impactos da pandemia. O jornal Público, num excelente trabalho da jornalista Isabel Salema, lançou um olhar sobre o trabalho de investigação que está a ser feito, dando conta dos principais estudos que foram produzidos a nível internacional desde o início da pandemia.

Pedro Morgado

Porque informar e estar informado é fundamental (II)

05.04.20

Continuando a conversa aqui iniciada.

Como é que isto se processa no terreno?

Existe um Gabinete Regional de Crise em cada ARS, que integra o Coordenador Regional da Saúde Mental da respetiva ARS, e que foi responsável pela ativação da resposta de Saúde Mental no SNS.

Em cada Serviço Local de Saúde Mental (SLSM) e nos dois hospitais psiquiátricos do país existe um Núcleo Local de Resposta do SLSM, constituído por um médico psiquiatra, um psicólogo, um enfermeiro especialista em saúde mental e um assitente social.

Em cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) existe um Núcleo Local de Resposta dos CSP, constituído pelo Diretor Executivo, Presidente do Conselho Clínico e de Saúde, Delegado de Saúde, um médico de Medicina Geral e Familiar, um psicólogo, um enfermeiro e um assitente social.

Todas as pessoas que integram os Núcleos Locais, nos CSP e nos SLSM, fizeram uma formação em primeiros cuidados psicológicos, posteriormente replicada a profissionais dos diferentes centros de saúde que constituem o ACeS. Nalguns sítios esta formação também foi feita a pontos focais de estruturas da comunidade, nomeadamente autarquias.

A formação obedeceu a um modelo bem determinado e validado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Programa Nacional para a Saúde Mental, adaptado à atual situação.

Vamos a um exemplo prático.

Estou em casa e sinto-me muito ansiosa ou angústiada, por exemplo, ou percebo que um familiar não está bem.

Devo ligar para o meu centro de saúde a explicar a situação e um técnico de saúde, com formação na área, ouve-me e fala comigo. Feita a avaliação da situação o profissional dos CSP (1) ajuda-me e a situação fica resolvida ou (2) determina que eu preciso ser avaliada pelo SLSM e, nesse caso, pede-me um contacto e informa-me que irei ser contactada por um psicólogo ou psiquiatra do SLSM.

O telefone toca e eu atendo o profissional de saúde mental, que faz a avaliação da situação e determina que (1) o caso ficou resolvido e despede-se de mim, (2) devo ser encaminhada para uma consulta de psicologia, ou (3) devo ser encaminhada para uma consulta de psiquiatria, ou (4) devo ser encaminhada para a urgência psiquiátrica.

Se fui encaminhada para uma consulta de psicologia ou de psiquiatria sou informada do dia e da hora em que serei, de novo, contactada por um psicólogo ou um psiquiatra do SLSM.

Se fui encaminhada para a urgência devo deslocar-me presencialmente à urgência psiquiátrica do meu hospital de referência.

Se se tratar de uma criança o percurso é o mesmo e a resposta, no SLSM, é dada por um profissional com formação específica para crianças e adoelescentes – psicólogo ou médico de psiquiatria da infância e da adolescência.

(cont)

Dependência de substâncias em tempos de pandemia: um duplo problema

04.04.20

É reconhecida a existência de estigma - preconceito e atitudes negativas - face à doença mental. Contudo, entre os utentes de serviços de saúde mental, uma população em particular tende a sofrer de discriminação e dificuldades no uso pleno de cuidados de saúde: as pessoas com abuso ou dependência de substâncias psicoactivas.

É muito frequente que ao uso nocivo de álcool ou outras substâncias psicoactivas se associe a presença de doença mental. Fala-se em 'patologia dual' quando existe, em simultâneo, um diagnóstico psiquiátrico (p. ex. depressão) e um uso problemático (abuso ou dependência) de álcool ou outras substâncias, independentemente da relação de causalidade entre ambos.

A Associação Mundial de Patologia Dual, através da sua congénere portuguesa, a Associação Portuguesa de Patologia Dual, produziu recentemente um comunicado relativo aos cuidados com estes doentes. Salientam-se alguns tópicos importantes:
- devido à quarentena e dos rigorosos controlos policiais implementados para os fazer cumprir, é muito provável que haja falta de substâncias psicotrópicas no mercado ilegal;
- a dificuldade em adquirir as substâncias psicotrópicas pode induzir quadros de abstinência;
- a falta das substâncias psicoativas pode provocar a descompensação da patologia psiquiátrica, com a possibilidade de os doentes apresentarem alterações de comportamento;
- a coabitação corre o risco de vir a ser muito difícil para muitas famílias, que, para além de suportar o stress induzido pela quarentena, ainda terão de acolher os seus familiares e que atualmente vivem na rua;
- muitos doentes vivem em situação de marginalidade e poderá ser necessário colocá-los em quarentena, o que será, para muitos deles, difícil de suportar;
- é preciso recordar que, se a saúde mental é já habitualmente dotada de recursos precários, estes doentes, devido à sua especial complexidade clínica e seus custos elevados, podem sofrer duramente os efeitos duma pandemia que está em risco de esgotar os recursos sanitários.

Em Portugal, o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, estrutura que tem por missão a abordagem preventiva e terapêutica de dependências, tem disponível uma linha de apoio - Linha VIDA SOS Droga.

 

Apoio, aconselhamento e informação.Serviço anónimo, confidencial e gratuito. Disponível todos os dias úteis (das 10h as

 

Nuno Madeira

Palavras para falar de esperança

02.04.20

Estamos todos muito preocupados e com medo da pandemia de Covid-19. Precisamos de implementar “primeiros socorros psicológicos” coletivos , ou seja, atitudes e mensagens que ajudem a lidar com as emoções e a enfrentar os desafios de forma saudável, ouvindo e percebendo as preocupações e proporcionando sentimentos de apoio e esperança. Isso faz-se disponibilizando, com calma, a informação que se conhece e falando abertamente da incerteza, por se tratar de um novo vírus sobre o qual todos estamos a aprender. Não se faz alarmando continuamente, infantilizando ou fazendo promessas ou garantias falsas.

Os portugueses, tal como tem acontecido noutros países europeus, têm colocado cartazes nas suas varandas, com desenhos de arco-íris e a mensagem “Vamos todos ficar bem”. Não penso que sejam as palavras certas para falar de esperança. Não, não vamos todos ficar bem. Já aconteceram muitas mortes e ainda vão acontecer muitas mortes, mesmo que cumpramos as recomendações de distância física e higiene. Já aconteceu muito sofrimento e vai acontecer muito sofrimento, nas casas de quem está doente, nos hospitais, no círculo daqueles que acompanham e perdem quem amam e que, nestes tempos tão estranhos, nem se podem consolar ou despedir. Ainda vamos nas primeiras semanas de confinamento em casa e já é percetível o impacto no bem-estar mental e na conflitualidade intrafamiliar, não antecipamos claramente qual será o resultado final. O impacto na economia já é enorme e vai ser brutal, com aumento da pobreza, do desemprego, da precariedade, desproporcionalmente sentido pelos grupos mais vulneráveis. Não, não vamos todos ficar bem, não nos sosseguemos repetindo essas palavras, procuremos antes coletivamente soluções para, lucidamente, minorar o possível desta situação de crise e das suas consequências.

Também não me parece o bom caminho glorificar pessoas ou atos específicos. Os profissionais de saúde não são heróis, estão na frente de combate ao vírus porque sim, porque foi o trabalho que escolheram fazer; têm que se proteger, têm que descansar, não podem ficar com a responsabilidade de salvar o mundo, precisam das melhores condições possíveis para exercer o seu trabalho e, depois da pandemia, que sejam reconhecidas as dificuldades com que já trabalhavam e que se agudizaram. Os idosos que cedem ventiladores para salvar a vida dos mais jovens não devem ser apresentados como heróis; ninguém deve ser pressionado a ceder a possibilidade de ter respiração assistida, passando implicitamente a mensagem de que quem não o faz é egoísta, essa deverá ser uma decisão clínica, assente em princípios éticos.

Também não se faz com exigências absurdas de exigir “uma data ao fundo do túnel”, por ser cientificamente impossível avançar com ela. Precisamos de ensaiar as palavras, atitudes e ações que permitam a tranquilidade possível, porque por agora só temos o presente, ajustando as expectativas e soluções à medida que formos tendo mais dados.

Sendo difícil, é fundamental passar uma mensagem positiva, assente nos valores da solidariedade que têm despontado um pouco por todo o lado, nas competências que temos, na confiança de que ninguém larga a mão de ninguém e nos avanços da ciência. No passado, lidámos com fomes, inundações, predadores e guerras tribais. Hoje, com a doença, a desaceleração da economia, o repentino isolamento e a incerteza. No futuro, que redefinamos prioridades e o que é essencial mudar para nos prepararmos melhor para pandemias do futuro. Que utilizemos o silêncio e este tempo suspenso para entender o que sentimos e o que para cada um é fundamental. E, quando recuperarmos a nossa liberdade e rotina e a possibilidade de estarmos mesmo uns com os outros, avancemos mais decididamente na direção da sociedade que queremos ser.

Estamos nisto juntos, juntos vamos ultrapassar a pandemia.

Manuela Silva

O luto global

01.04.20

O mundo mudou. De há umas semanas para cá operou-se, na vida de todos, uma mudança de dimensões ainda difíceis de compreender. Acompanhando esta mudança surgem, mais ou menos evidentemente, uma miríade de emoções e sentimentos que nos colocam desafios individuais permanentes, causando sofrimento, ansiedade e tristeza, impondo-se a sua análise e compreensão à luz do contexto atual

Numa entrevista ao Harvard Business Review, o Dr. David Kessler (um dos principais especialistas na temática do luto, a par com Elizabeth Kubler-Ross com quem colaborou) procura dar sentido a este conjunto de emoções e sentimentos, que identifica inquestionavelmente como “luto”.

Em primeiro lugar, o Dr. Kessler refere que neste momento todos sentimos diferentes “lutos”, que relaciona com a sensação de que o mundo está em mudança “apesar de sabermos que é temporário, não parece, e sabemos que as coisas serão diferentes” e acrescenta que este é um luto colectivo, ao qual se acrescenta uma vivência de “Luto Antecipatório”, que sentimos “acerca do que o futuro nos reserva quando estamos inseguros (...) Sentimo-lo quando alguem recebe um diagnóstico grave ou quando normalmente recordamos que um dia perderemos um ente querido (...) Sentimo-lo agora em relação ao futuro, a nossa mente primitiva sabe que algo de mau se passa, mas é invisível, o que quebra a nossa sensação de segurança, e esta perda nunca ocorreu desta forma a nível coletivo. “

O Dr. Kessler vê o luto antecipatório como uma forma de ansiedade, um projetar da mente no futuro, imaginando o pior e desta observação recomenda algumas formas de aplacar o sofrimento. Primeiro, diz-nos, “É importante compreender os estadios do luto”, lembrando-nos que estes não são lineares nem ocorrem necessariamente na ordem que nos apresenta, e exorta-nos à identificação destes estados durante o processo interno que todos vivemos:

Negação – “Este vírus não nos vai afetar”

Raiva – “Estou a ser obrigado a ficar em casa e a abdicar das minhas atividades”

Negociação –“ Ok, distanciamento social durante duas semanas vai fazer com que tudo fique bem certo?”

Depressão: “Não sei quando isto acabará”

Aceitação: “Isto está a acontecer, tenho que perceber como continuar.”

De acordo com o Dr. Kessler “é na aceitação que reside o poder, a capacidade de tomar o controlo da situação. Eu consigo lavar as minhas mãos. Eu consigo manter uma distância segura. Eu consigo aprender a trabalhar remotamente”.

Recomenda ainda, como forma de combater a projeção da mente no futuro (e no pior que este representa) “ Para nos acalmarmos, devemos voltar para o presente (...) nomear cinco objetos do local onde nos encontramos; Respirar; Notar que nada do antecipado aconteceu no momento presente”. Devemos ainda focar-nos no que está sob o nosso controlo e libertar-nos do que não conseguimos controlar “o que o vizinho faz está sob o controlo dele, eu consigo manter a distância social e lavar as mãos. Concentrem-se nisso”.

Finalmente, o Dr. Kessler releva a imprtância da compaixão “Cada pessoa terá diferentes níveis de medo, que se manifestam de formas distintas (...) Seja paciente” e está convencido de que seremos capazes de encontrar o Significado em tudo isto (O “Significado” é, para o autor, o sexto estadio do Luto, que aliás discutiu extensamente com Elisabeth Kubler-Ross) “Mesmo agora as pessoas percebem que se podem conectar através da tecnologia, que não estamos tão afastados assim, que há em tudo isto algo a aprender.”

“Há algo de poderoso em saber nomear isto como luto. Ajuda-nos a sentir o que está em nós (...) e permite-nos que se mova através de nós. As emoções precisam de movimento. É importante que reconheçamos aquilo por que passamos (...) O seu trabalho é sentir a sua tristeza, e medo, e raiva (...) Combate-los não ajuda, porque o sentimento é produzido pelo seu corpo. Se deixarmos que os sentimentos aconteçam, eles  fá-lo-ão de forma ordeira, e isso empodera-nos. Deixamos de ser vítimas”.

 

Pedro Frias – Adaptado de “That Discomfort You’re Feeling is Grief”, de Scott Berinato,  Harvard Business Review, 23/03/2020

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